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Por que a reciclagem de gesso é tão importante?
Usado em placas para forros, sancas, molduras, rebaixamento de tetos e como componente de placas de reboco usadas para vedações internas, o gesso representa cerca de 5% de todo o resíduo gerado pela construção civil.
Durante muito tempo, o material era considerado inerte, ou seja, não podia ser reaproveitado e tinha de ser descartado em aterros sanitários. Mas com o desenvolvimento de novas tecnologias, ele passou a ser reciclável, assim como plástico, papel, metais e vidro. Desde 2011, o gesso faz parte da classe B de resíduos e, por isso, sua reciclagem é obrigatória. Isso porque, se descartado incorretamente, o gesso pode emitir gás sulfídrico, que é inflamável e altamente tóxico, além de contaminar o solo e os lençóis freáticos. Outro motivo para reaproveitar o gesso é diminuir o impacto da logística da distribuição do produto. Como a extração do minério é feita nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, a meta é evitar esse longo transporte – uma vez que poderia ser reciclado localmente.
Para serem reaproveitados, contudo, os resíduos de gesso precisam passar por um processo de separação bastante criterioso, já que eles se misturam muito facilmente com outras substâncias. “Se estiver bem segregado, livre de outros produtos, é possível reciclar 100% do material. Do contrário, essa sobra acaba sendo considerada inerte e é levada para aterros sanitários”, afirma Caio Guerreiro Granja, analista de Sustentabilidade da Even, que destaca as inúmeras empregabilidades do gesso reciclado. “Além da reutilização na construção civil, pode ser aplicado controladamente na agricultura para a correção de solos, como aditivo para compostagem, absorvente de óleos, controle de odores e secagem de lodos em estações de tratamento de esgoto”.
Círculo virtuoso
Nas obras, o gesso é separado em caçambas exclusivas, que são transportadas para Áreas de Transbordo e Triagem (ATTs), locais licenciados pelas prefeituras. A Even fica responsável por fazer a separação do gesso na obra e realizar o transporte para a ATTs. Lá o material é segregado e homogeneizado, por meio de processos mecânicos, para readquirir as características químicas da gipsita, a matéria-prima do gesso – o que possibilita que ele seja utilizado novamente na cadeia produtiva.
Com o objetivo de aumentar o índice de reciclagem e engajar toda a cadeia, a Even possui metas de redução de envio de gesso para aterros. Para isso, investe em treinamentos para garantir melhor manuseio e segregação do material, além de realizar o monitoramento de todos os seus fornecedores, reforçando a importância da utilização de gesso reciclado. “Por causa do processo difícil de separação, a cadeia ainda não consegue garantir a reciclagem de 100% dos resíduos de gesso, mas nossos índices têm aumentado a cada ano”, diz Granja.