Cidades sustentáveis
Cumprimento dos ODSs pode gerar oportunidades de negócios de US$ 11 trilhões
As empresas do mundo todo devem se colocar como parceiras vitais para o alcance das metas de sustentabilidade expressas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados em 2015, pela ONU, e nos compromissos assumidos por cada país no contexto do Acordo de Paris. Essa foi a convicção predominante do Chennai 2016 – WBCSD Council Meeting, evento semestral do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês), realizado de 3 a 7 de outubro, na cidade de Chenai, no sul da Índia.
Estiveram reunidos, ao longo dos últimos cinco dias, 350 participantes, incluindo 40 CEOs de grandes grupos econômicos mundiais.
Envolvimento das empresas
O cumprimento dos ODSs pode gerar oportunidades de negócios da ordem de US$ 11 trilhões e cerca de US$ 4 trilhões de investimentos. Outros desdobramentos positivos de sua implementação seriam o efeito estabilizador em sociedades e mercados, a valorização da sustentabilidade corporativa e o fortalecimento tanto de políticas públicas voltadas à economia verde quanto do relacionamento das corporações com outros atores sociais.
A economista Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), representou o Brasil no evento. Segundo ela, a forte adesão de importantes CEOs prova a disposição empresarial de exercer um protagonismo frente aos grandes temas mundiais de sustentabilidade.
Na apresentação brasileira – com o tema “Eficiência no uso da água – Oportunidades para empresas e instituições financeiras” –, Grossi salientou que ainda há grandes desafios a serem vencidos. “Apresentamos 14 tecnologias, que, aplicadas aos dez setores que mais consomem água no Brasil, poderiam trazer economias de consumo da ordem de 3% (na agricultura) a 19% (na indústria). É uma economia de 4,4 bilhões de metros cúbicos ao ano, que, para ser viabilizada, depende de investimentos da ordem R$ 50 bilhões, dos quais mais da metade poderia ser custeada por instituições financeiras, com ganhos para todos os envolvidos”.
De acordo com Grossi, soluções como essas podem elevar o Brasil à condição de importante colaborador para a mitigação das mudanças climáticas e trazem como bônus maior competitividade e segurança econômica. O próximo encontro está previsto para o início de 2017, em Marrakesh, no Marrocos.
Fonte: Envolverde